Essa história ia ser apenas um post no meu perfil do Facebook, mas achei que dava uma história engraçada pra contar. Eu ando com muito sono. Quando se pensa em algo pra inibir o sono, cafeína pipoca logo na cabeça.
Minha vida de consumir essa iguaria começou provando o cappuccino da máquina de café que fica no térreo do CTG, o prédio em que tenho aulas na UFPE. Um belo dia, depois de ver vários amigos tomando por algum tempo, resolvi tentar também. Investi um real e vi meu copinho sendo preparado. Que emoção foi, era um processo divertido de se ver. Provei e confesso que logo de cara não foi um grande amor, mas tinha potencial para o futuro. Toda vez que eu queria me manter mais acordada, passava na bendita máquina e arrumava moedas. Até que virou um vício, tomar aquele copinho, depois do almoço pra dar aquela suavizada no paladar. Todos os dias era aquela guerra pra arranjar um real em moedas pra depositar ali e ter meu pequeno copinho de cappuccino para bebericar aos poucos, afinal, não vinha muito e eu não tinha dinheiro pra gastar tanto.
Dia desses, estava eu caminhando, feliz por ter arranjado uma moeda de um real pra tomar o adorado café do dia. Meu sorriso caiu assim que vi a novidade: a máquina tinha sido trocada e o preço aumentado para R$ 1,50.
Nesse momento eu pensei: ADEUS, CAFÉ, FORAM BELOS DIAS DE UM AMOR DOCE E QUENTINHO…
Sou estudante pobre e arcar com um aumento de 50% estava fora de cogitação. Era demais.
Fiquei triste e provavelmente o CTG em peso, afinal, antes sempre tinha gente na fila, agora anda mais deserto que o Saara.
Saudades…
Comecei então a matutar soluções para o meu problema. Depois da máquina, tive outras experiências e meu cappuccino preferido era o da cafeteria São Braz. Eu poderia ir lá de vez em quando tomar, mas ainda assim, não poderia ser algo muito frequente dada a minha renda mensal. Passeando pelo supermercado, eis que passo pela parte em que eram vendidos os potes e sachês de café. Milhares de variações de pó para preparar a bebida quente que mesmo no calor de Recife, ainda é consumida por muitas pessoas. Então eu pensei, será que seria caro demais comprar uma dessas latas de pó de cappuccino?
Opções, opções, opções…
E assim que conferi os preços descobri que sim, seria caro. Dei uma olhada por cima nas variações e tentei me lembrar uma marca que seria legal. Foi aí que tive a sacada pra escolha. Lembram do post sobre o molho de tomate picante? Então, naquele dia eu tinha provado o cappuccino gelado que a 3 corações vende em caixinha, no maior estilo Toddynho e gostei bastante. Naquele momento o vencedor foi escolhido e fui conferir o preço. Dei uma conferida em outros mercados e o preço estava na média de 8 reais um pote de 200g que rendiam 10 porções, segundo a embalagem. Como estudante de exatas, logo calculei que aquilo equivalia a 80 centavos por cada café que eu tomasse. Ainda estava mais barato do que na época da máquina e eu poderia fazer em casa. Ok, não seria nada profissional, mas provavelmente eu ia fazer o mesmo serviço que a máquina fazia: adicionar o pó num copinho e tacar água quente.
Mesmo pensando assim, não tive coragem de comprar. Fiquei achando que seria um gasto fútil para uma estudante quase sempre lisa. Foi desse jeito sem querer que eu tinha me apaixonado por Nutella e agora pelo menos uma vez por mês, dou a mim o prazer de comprar um bom pote e consumir cheia de amor demoradamente por dias.
O resto do dia passou, fui pra casa e outro dia começou. Não consegui tirar a ideia da cabeça. Seria o mesmo que antes mas com menor gasto e eu não precisava tomar diariamente. Resolvi investir, voltei ao supermercado e levei o pote (juntamente com um irresistível pote de Nutella que de algum modo parou na minha mão hahaha).
Tão bonitinho
E é isso aí! Pote em mão, vamos lá ao preparo. Eu nunca tinha feito café na minha vida. Já ouvi gente dizer que o café de fulano ou sicrano é muito gostoso, ou então beltrano não sabia fazer e ficava com gosto de água suja. Até então para mim, não era óbvia a dificuldade de misturar pó, água quente e açúcar.
Eu era muito inocente.
Hora do jantar. Era um dia normal em que eu costumava comer um pão quentinho da padaria com manteiga. O café seria uma bebida que acompanharia muito bem, um clássico culinário, eu diria. Separei o arsenal: garrafa térmica com água pelando de quente, o pote do cappuccino e o pote de açúcar, afinal, eu não sabia quão doce o pó seria (ou se não seria nem um pouco doce). Começo a ler atentamente todas as palavras escritas na embalagem. E me danei a seguir as instruções:
1- Colocar duas colheres rasas de chá(20g) na xícara.
Oras, duas colheres rasas de chá… Isso me parecia pouco, eu sempre atochava no achocolatado. Fiquei desconfiada que não ficaria doce, mas resolvi seguir os mandamentos.
2- Adicione um pouco de água quente e dissolva todo o pó.
COMO ASSIM UM POUCO?? Para uma pessoa inexperiente, essa não era uma instrução precisa. Eu tinha grandes chances de errar fazendo com todas as medidas milimetradas, imagine confiando no meu senso!
3- Encha até 100 ml e misture bem até fazer espuma.
Ok, confesso que quando li a parte da espuma eu sabia que não tinha milagre que fizesse aquilo criar espuma. Não pelo menos do modo que eu estava preparando. Pelo menos a minha ideia geral de espuma não seria observada. Mas esse detalhe podia passar, já que o grande problema era: COMO MEDIR 100 ML? Eu não fazia a ideia mais remota. Resolvi encher a xícara de café que eu estava usando. E foi aí que preparei meu primeiro café que estava tão quente que soprei uns bons 10 minutos para então averiguar o sabor. E então ficou uma bela de uma…
PORCARIA.
O líquido tinha um cheirinho bom, mas o gosto era mais aguado que dejeto de esgoto dissolvido em todo o oceano. Ou seja, eu tinha dado uma bela de uma cagada fazendo aquele cappuccino, que devia ficar classificado como o pior da história da humanidade. Logo achei que eu tinha jogado dinheiro fora e que consumir o resto do pote seria um castigo. Foi então que atentei pra coisa um fator bem básico do mundo da cozinha: quantidades!
A verdade é que fazendo uma análise simples, tinha água demais pra pó de menos. Fiz o que se faz num momento desse, perguntei ao Google quantos mililitros uma xícara de café tinha. Descobri que eram 240 ml. Eu tinha colocado 140% a mais do que as instruções recomendavam e por isso estava aquela desgraça. Fiquei me perguntando como fazer para medir 100 ml, já que eu tinha experiência pequena em estimar pequenas quantidades de líquido. Foi aí que veio a resposta!
Sogrinha salvando minha vida
Com essa nova artilharia, parti para o ataque no dia seguinte novamente. E dessa vez eu me certificaria de seguir TUDO MINUCIOSAMENTE BEM. Eram oito reais em jogo, afinal. Essa era a minha segunda tentativa de preparar café e eu não estava disposta a desperdiçar. Coloquei o pó, um pouco da água, dissolvi e depois o resto da água. Provei e estava menos mal, mas ainda estava fraco. Resolvi colocar açúcar. Ainda ficou pouco doce… Até que lembrei que gostava muito do gosto de chocolate que dava pra sentir no cappuccino que eu comprava na São Braz e resolvi acrescentar um pouco de achocolatado. E UAU, melhorou bastante!
Depois da ideia de colocar Nescau, ficou bem mais docinho *-*
Só que aquela ainda não era a forma que eu queria que ficasse. Perguntei a mim mesma o que faltava pra ficar ideal. E então lembrei o outro detalhe que fazia o cappuccino que eu tomava numa cafeteria ser tão gostoso: ele era encorpado. A textura era bem mais grossa do que essa que se tem quando é apenas água e pó misturados. Matutei mais um pouco e na terceira tentativa, finalmente, achei o jeito perfeito de aproveitar o gostinho do pote de 3 corações. O ingrediente que faltava era o leite!
Com ele, ficou MIL vezes mais delicioso e recomendo colocar leite quente, pois assim, tudo que for pó vai ser mais facilmente dissolvido. Essa foto que eu tirei ficou bem tosca, mas agora sim, eis minha receita particular para um cappuccino gostoso e mais encorpado que pode ser feito em casa!
Ingredientes:
- 2 colheres generosas de chá de café cappuccino sabor chocolate(eu usei a da marca 3 corações nessa tentativa, mas pretendo variar), não vamos ser mão de vaca!
- 1 colher e meia de chá(sem fuleraigem) de achocolatado da sua preferência (quanto mais forte o gosto dele, mais docinho será seu cappuccino ).
- 150 ml de leite quente (aí vai do gosto do freguês, eu gosto dele bem encorpado)
- 1 colher de chá de açúcar (doce, doce, doce, a vida é um doce!)
Modo de preparo:
Coloque o pó do café e o do achocolatado numa xícara, copo, ou onde você for beber! Acrescente o leite, misture pra dissolver e depois prove, pra sentir o nível de doçura. Eu sou do time que gosta bem doce, por isso, botei a colherzinha de açúcar, mas ela é opcional. Pronto, seja feliz com seu cappuccino feito em casa, quentinho, docinho e amado!
Depois dessa experiência, penso em melhorar meus dotes e quem sabe investir em colocar um chantilly por cima? Ou quem sabe umas pitadas de raspas de chocolate? Hmmmm, doce vida!
A foto tá tosca porque fiz num copo mesmo, mas o gosto estava ótimo!
PS.: A apresentação fica bem melhor em uma xícara ou caneca legal né? haha
Outra dica que dou, caso você curta café gelado, é preparar a receita e colocar na geladeira pra dar uma esfriada, fica bem gostoso também! E a última dica da jegue em culinária aqui é, pra quem como eu não sabe esse lance de medidas de quantidades MINIMAMENTE, dar uma olhadinha nesse link que eu achei na Wikipédia esclarece nossas dúvidas bestas.
E assim, vossa cara autora vai trilhando seu caminho de mulher prendada!
Até a próxima!
o pote de nutella parou na tua mão neh... claro...
ResponderExcluiresses potes de hoje em dia...
fiquei afim de provar esse cafezim.... ♥
Pois é, não sei como ele foi parar ali... kkkkkkkk
ExcluirUm dia faço pra vc <3